Mais uma restauração no centro histórico, desta vez no Largo da Igreja de São Vítor, mais propriamente no inicio da Rua de São Domingos. Esta obra de reconstrução e ampliação tem como adjudicante a BragaHabit e será uma infra-estrutura do Centro de Apoio a Vitimas de Violência Doméstica.
Estando a menos de 50 metros da
Igreja de São Vítor, que se encontra classificada como Imóvel de Interesse
Público pelo decreto-lei 129/77, de 29 de setembro de 1977, é
necessário parecer favorável da DCRN, pelo que é também de esperar que haja o devido acompanhamento arqueológico da obra.
Em relação ao acompanhamento o Prof. Francisco Sande Lemos escreveu:
De qualquer modo dado o interesse histórico da casa e segundo acordo entre a CMB e a Unidade de Arqueologia a demolição é acompanhada por uma equipa da UAUM. Há uma área que se chama Arqueologia da Arquitectura e esta casa justifica bem. Por outro lado são necessários trabalhos arqueológicos prévios pois fica numa área de grande sensibilidade junto da passagem da via XVII para Aquae Flaviae (Chaves) e de uma possível villa de grande importância. No gaveto entre a Rua de São de Vítor com a Rua Martins Sarmento escaveii uma necrópole da antiguidade tardia e romana. Só houve intervenção porque eu por acaso fui à Farmácia Henriquina e ao descer para Santa Tecla observei vestígios e telefonei para a CMB. No dia seguinte começaram os trabalhos arqueológicos que já estão publicados.
Estaremos atentos para ver se a obra de reconstrução mantém a fachada original e se a ampliação não passa pela introdução de novos pisos em estilo arquitectónico dissonante com a restante fachada principal, levando à descaracterização arquitectónica da mesma.
Como aliás se observa infelizmente em muitos edifícios do centro histórico de Braga, em contraste com Guimarães que alcançou nos últimos anos a importante classificação como património da humanidade, enquanto Braga vai destruindo e descaracterizando o seu legado.
Um contributo muito válido de sensibilização da Sociedade Civil e Entidades Oficiais para uma coisa tão simples que é a IDENTIDADE DO EDIFICADO no centro histórico, o que nos distingue das outras cidades.
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