domingo, 18 de novembro de 2012

Da Fábrica Confiança só interessa a fachada?

A Fábrica Confiança ardeu pela 5ª vez este ano. E qual não é o espanto quando Vítor de Sousa defende o seguinte no Público:
A parte mais nobre do edifício histórico, a fachada, não foi danificada pelo fogo. O vice-presidente da Câmara de Braga, Vítor Sousa, desvaloriza, por isso, o impacto do incêndio sobre o edifício que a autarquia pretende transformar num novo espaço de atracção da cidade. “O projecto que temos prevê a demolição de quase todo o espaço, mantendo apenas a fachada”, informa.
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Quando é que os responsáveis por estas intervenções, no edificado histórico, compreendem que o valor desse edificado não está na inclusão de espetaculares exibições da arquitetura contemporânea, mas por transportarem o visitante a outras épocas.

De que interessa manter uma fachada dum edifício de interesse e uso público, se toda a alma foi arrancada do mesmo?


O que pensam os bracarenses?

2 comentários:

  1. Esta é uma batalha perdida.
    A manutenção do edifício, numa zona de forte pressão imobiliária e extremamente condicionada a nível de estruturas, e num tempo de vacas magras, em que ao Estado e às construtoras apenas interessa gastar o menos possível e com a maior rentabilidade possível, é de um idealismo bem-intencionado mas completamente inconsequente.
    Pela memória da Confiança, faz mais o dono actual da marca do que qualquer projecto para aquele espaço. Salvar a fábrica seria bonito; mas simplesmente não compensa. E o edifício arderá quantas vezes forem necessárias até que isto seja entendido.
    O que resta? Lutar por um projecto público verdadeiramente útil, que corresponda a uma necessidade real dos bracarenses e que seja auto-sustentável. Mas também esta batalha dificilmente será ganha. Pelo que a única solução será alienar os terrenos, de preferência com algum tipo de mais-valia (o que seria um verdadeiro milagre).

    É bonito ver gente que ama Braga a associar-se e a mobilizar-se para salvaguardar as riquezas da cidade. Mas, tão habitual entre os portugueses, comete-se o mesmo erro over and over again: não se é capaz de estabelecer prioridades. Tenta-se dar atenção a tudo, despendendo tempo precioso e dissipando energias; e o resultado é o que não podia deixar de ser: medíocre.
    Para os bracarenses, a prioridade é só uma: salvar as Sete Fontes. Se essa guerra for perdida, tudo o resto será de pouca consolação.

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  2. Que pensam os bracarenses?
    E desde quando os bracarenses pensam?
    A povo como o de Braga os brasileiros chamam de manés.
    Quando se descarrega entulho nas sete fontes anda tudo preocupado com a alameda e área verde na quinta dos peões.
    Até se entende. O polo universitário de gualtar é gigantesco. Tem 20 ha de edifícios e 30 de pinheiros. Se urbanizarem a quinta sufocam. E para que precisa a universidade dos 4ha da quinta? Tem tanto espaço nas taipas (CIM Ave) para instalar as empresas incubadas em Braga.
    Até ficava bem ali uma zona verde. Cidade toda empedrada com áreas verdes nas saídas. Também ficava bem outra área verde no complexo da Grundig. A fábrica é muito grande e não tem árvores. Enfim...overdoses.

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