Em relação às intervenções no âmbito do projeto "Regenerar Braga", foi dito aqui no blogue a 2 de fevereiro o seguinte:
Esperemos também que todas as escavações que se façam tenham o devido acompanhamento arqueológico. Caso algum achado seja encontrado, que este possa até ser devidamente integrado na requalificação ao contrário do que se fez na Avenida da Liberdade. Quando a Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho sugeriu a integração do poço da antiga Rua das Águas, que ao que parece não foi aceite.
Poucos dias depois, a 21 de fevereiro, era escrito o seguinte no Correio do Minho, no âmbito do inicio da requalificação do Largo da Senhora-a-Branca:
Durante as obras no Largo da Senhora-a-Branca, haverá acompanhamento arqueológico, a exemplo do que tem acontecido com as outras intervenções de regeneração urbana que decorrem no centro da cidade, asseguram os serviços técnicos da câmara de Braga.
A 15 e a 16 de março, Mesquita Machado dava as seguintes entrevistas à Radio Universitária do Minho e ao Correio do Minho, aquando das escavações na Rua de São Vicente e Largo das Hortas.
O autarca coloca, para já, de lado, a hipótese de alterar os projetos de regeneração do centro histórico devido aos achados arqueológicos, recusando avançar com “cenários virtuais”, uma vez que as escavações estão a ser feitas, portanto "só haverá ponderação, se o gabinete de arqueologia assim o entender". Declarações que ganham “corpo”, numa outra afirmação de Mesquita Machado - diz o autarca que “nem todos os calhaus são musealizáveis”. Para o autarca "o interesse é maior do ponto de vista de apontamento científico e histórico".
Sobre os achados arqueológicos trazidos à luz do dia no decurso das obras na Rua de São Vicente e no Campo das Hortas, Mesquita Machado admitiu que “já era previsível” esta descoberta, porque é naquelas zonas que passam os aquedutos das Sete Fontes. “São condutas medievais, da época em que foram construídas as habitações naquelas ruas, mas que já nem serão as originais porque terão sido alteradas”, explicou, sublinhando que todas as obras públicas são acompanhadas pelo Gabinete de Arqueologia da câmara. “O Município de Braga não recebe lições de património de ninguém”, frisou o presidente, garantindo que as escavações arqueológicas estão a decorrer como devem ser feitas”.
"Contudo,
na requalificação da Rua de São Vicente, mais um valioso tramo da
história de Braga foi posto a descoberto, um ramal de canalizações que
ligava a Caixa de Água existente no adro da igreja de S. Vicente ao
Chafariz existente na Praça Alexandre Herculano (Largo dos Penedos) e
daí, seguramente com derivação para o Fontanário Público da Cárcova,
existente no Largo de S. Francisco, num dos extremos da Arcada." Como
pode ler-se aqui na JovemCoop.
Mais imagens aqui no Bracarae.
No Largo da Senhora-a-Branca várias sepulturas
foram encontradas, nas proximidades do Palácio do Raio foram colocadas
condutas de grandes dimensões e nada foi relatado, no Campo das Hortas o
mesmo.
Mais
recentemente no Largo Carlos Amarante várias estruturas foram colocadas
a descoberto e assim estiveram durante este fim de semana, como se pode
ver na imagem.
Porém estas estruturas já foram enterradas pelo que se desconhece o
tempo de estudo que mereceram, mas um pouco ao lado nova escavação e
nova exposição de várias estruturas.
No
Largo Carlos Amarante está enterrado espólio de grande valor, já na
proximidade das muralhas da cidade Romana. Foram já postos a descoberto
os alicerces da Igreja e Convento dos Remédios, entre outras estruturas,
pela forma como os achados arqueológicos têm sido tratados, pela
ausência de relatórios por parte do Gabinete de Arqueologia da Câmara
Municipal de Braga, e pela vontade em colocar rapidamente condutas de
grande dimensão no subsolo do Largo Carlos Amarante, toda a atenção
será pouca.
Nos
tempos que correm é dever da Câmara Municipal de Braga e respetivo
Gabinete de Arqueologia, publicar os relatórios dos trabalhos
arqueológicos realizados, tal como a Unidade de Arqueologia da
Universidade do Minho fez nas escavações realizadas na Avenida da
Liberdade e no Quarteirão dos CTT.
Quanto
à vontade revelada aqui no Blogue a 2 de fevereiro, como é possível
constatar para este executivo camarário poucos "calhaus" são
musealizáveis. Estranho como em zonas pedonais não se arranjem no mínimo
soluções idênticas às que foram instaladas no estabelecimento das
Frigideiras do Cantinho.
O Património não se inventa, protege-se e valoriza-se.
Já a construção e a instalação de infraestruturas sem qualquer valor patrimonial podem ser planeadas não colidindo com o património existente, a postura da CMB ao longo dos últimos anos tem condenado valioso património da nossa cidade. Até quando?
Já a construção e a instalação de infraestruturas sem qualquer valor patrimonial podem ser planeadas não colidindo com o património existente, a postura da CMB ao longo dos últimos anos tem condenado valioso património da nossa cidade. Até quando?
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