Surgiu no século XX a ideia do Porto como a capital do Entre Douro e Minho e a natural capital do Norte.
Contundo, segundo os documentos históricos, em concordância com a sede da arquidiocese metropolitana e com a localização geográfica central na província, Braga era a capital da província do Entre Douro e Minho.
Na Geografia histórica de todos os estados soberanos de Europa, de 1734-36, pode ler-se:
Descrição geral da província:
Excerto do texto.
No Apêndice número 3, pode consultar-se a lista de "fogos" e "almas" de cada cidade e seu termo.
Número de "almas" das principais cidades, na época:
1- Lisboa ocidental: 83.319
2- Porto: 20.737
1- Lisboa ocidental: 83.319
2- Porto: 20.737
3- Braga: 12.362
4- Évora: 11.903
5- Coimbra: 11.871
5- Coimbra: 11.871
Caem assim alguns mitos.
Excelente texto e investigação Carlos!
ResponderEliminarNem precisavamos de ir tão longe. Braga era reconhecidíssima como "terceira capital do Reino" nos finais do século XIX e nas primeiras décadas do seguinte. Até pela imprensa da capital! A memória histórica é muito curta... Ainda no outro dia alguém se admirou muito por afirmar que Braga é a terceira cidade do país inequivocamente e já o foi também num passado não muito distante. O Estado Novo quis criar um terceiro pólo urbano na zona Centro (Coimbra) e por isso fomentou a fixação de pessoas com a construção de bairros residenciais e indústrias de cereais ou a renovação da Universidade. Como tudo o que é artificial, caiu por terra depois do regime cair também.