O último pôr do Sol de 2014!
Braga podia entrar em cada ano sob o lema "A Porta fica aberta".
Talvez um dia tenhamos uma grande festa de ano novo.
Imagem de Salome Martins Ferreira
A todos um feliz 2015!
quarta-feira, 31 de dezembro de 2014
segunda-feira, 29 de dezembro de 2014
Região de Turismo Porto e Norte prejudica todo o Minho - 2
Nesta mensagem, o BragaOn pretende novamente dar a conhecer a todos os minhotos, a realidade dos números do Turismo do Minho, mais concretamente em relação ao número de dormidas nos estabelecimentos hoteleiros, atualizados a 19 de dezembro de 2014 no Anuário Estatístico da Região Norte e no dia 12 de novembro de 2014 na base de dados do site do INE. Procurando desta forma elucidar todos os interessados, sobre o que está em curso.
Como se sabe, a Região de Turismo Porto e Norte de Portugal foi criada em Setembro de 2008, e veio substituir as antigas Regiões de Turismo. O Minho era promovido pelas regiões de Turismo Verde Minho, Alto Minho, que funcionaram em pleno até 2007. Desde então a nova região de Turismo tem promovido a marca "Porto e Norte TEM".
Com o intuito de verificar a influência da promoção desta marca, e da restante ação sob a denominação de Região de Turismo Porto e Norte de Portugal, procurou-se comparar 2007 o último ano em pleno das antigas regiões de Turismo, com os valores de 2013, que já refletem mais de cinco anos de atividade e promoção da marca "Porto e Norte".
Nota: Os dados relativos às dormidas nos estabelecimentos hoteleiros, podem ser consultados até ao nível de município, no site do INE (1, 2).
Tabela e gráfico relativos ao número de dormidas nos estabelecimentos hoteleiros, nos 7 anos que compõem o período em análise, na NUTS II Norte e nas NUTS III que o constituem.
Na tabela podemos consultar os valores de Portugal, da NUTS II Norte das NUTS III integrantes do Norte de Portugal e também a soma das 3 NUTS III (Minho-Lima, Cávado e Ave) que compõem quase na integra a antiga região do Minho e os valores do município do Porto.
Como se pode constatar nos dados, em 2013 existiram mais 636.614 dormidas no Norte de Portugal relativamente a 2007. Este aumento foi especialmente acentuado de 2012 para 2013 com um acréscimo de 323.660.
Contudo na análise das NUTS III que compõem o Norte é possível verificar que o crescimento foi muito assimétrico.
Na verdade o Minho (total das NUTS III Ave, Cávado e Minho-Lima) perdeu 140.053 dormidas no período em análise, um recuo de 12,1% relativamente a 2007, passando a representar apenas 20,9% do total do Norte, quando em 2007 representava 27,4%. Todas as 3 NUTS que compõem o Minho, perderam dormidas e cota de mercado dentro do Norte de Portugal.
Em contra partida, o número de dormidas no município do Porto e no Grande Porto cresceram 551.771 (37,8%) e 731.260 (30,7%) respetivamente. Passando o Porto a representar 41,4% do valor total do Norte, contra os 34,5% em 2007, e o Grande Porto a representar 64,0% do total do Norte, contra os 56,3% em 2007.
As NUTS III Douro e Alto Trás-os-Montes, também tiveram perdas de dormidas e de cota de mercado no total do Norte de Portugal, enquanto o Tâmega com um ganho de 74.684 (74,2%) dormidas, passou a representar 3,6% do total do Norte, e o Entre Douro e Vouga com um ganho de 19.403 (22,4%) dormidas, passou a representar 2,2% do total do Norte, face aos 2% de 2007.
É portanto facilmente verificável que a marca "Porto e Norte", tem claramente promovido o "Porto-centrismo", sendo que as 2 outras NUTS III que também apresentam crescimento absoluto e relativo além do Grande Porto, fazem fronteira com este.
Dentro deste panorama, o Minho foi claramente a "sub-região" mais prejudicada.
Apesar do Minho (1), Braga (1,2,3,4), Guimarães (1,2), Peneda-Gerês (1), Viana do Castelo receberem a atenção e distinção dos media nacionais e internacionais, apesar das "lowcosts" terem revolucionado a ligação ao Norte de Portugal através do Aeroporto Francisco Sá Carneiro (AFSC), ao contrário das inúmeras "notícias" que vão surgindo no Diário do Minho e Correio do Minho (1, 2) sobre a afirmação de Braga e das restantes cidades minhotas, a verdade é que o Turismo do Minho está estagnado.
É hora dos políticos do Minho se reunirem e criarem uma rede que vá "buscar" os turistas ao AFSC e os coloque a dormir em Barcelos, Braga, Guimarães, Viana do Castelo, Peneda-Gerês. Isto só será possível se existir:
- presença da marca e dos produtos minhotos a nível internacional;
- rede de ligação entre os principais destinos e produtos turísticos minhotos;
- criação de roteiros de mais de um dia com os destinos minhotos.
Tudo isto está por fazer, e apesar da intensa propaganda que se vê nos meios de comunicação local, poucas são as notícias que apontam neste sentido.
Em suma, infelizmente a perda de dormidas do Minho tem sido omitida, assim como a enorme centralização das dormidas no Porto e no Grande Porto.
Até quando minhotos?
Urge lutar pelo Minho, neste caso exigir a alteração do nome para Região de Turismo do Norte de Portugal, ou lutar pela criação da Região de Turismo do Minho.
P.S. Os dados presentes no quadro III.11.3 do Anuário Estatístico da Região Norte 2013 são ligeiramente diferentes dos apresentados na base de dados do INE, foi dada preferência à comparação com os restantes dados presente na base de dados do INE, pelo que os valores foram atualizados, para consulta ficam aqui também as tabelas e gráficos com os valores de 2013 presentes no Anuário Estatístico.
Mais mensagens sobre o Turismo na Região Porto e Norte (1,2,3)
Como se sabe, a Região de Turismo Porto e Norte de Portugal foi criada em Setembro de 2008, e veio substituir as antigas Regiões de Turismo. O Minho era promovido pelas regiões de Turismo Verde Minho, Alto Minho, que funcionaram em pleno até 2007. Desde então a nova região de Turismo tem promovido a marca "Porto e Norte TEM".
Com o intuito de verificar a influência da promoção desta marca, e da restante ação sob a denominação de Região de Turismo Porto e Norte de Portugal, procurou-se comparar 2007 o último ano em pleno das antigas regiões de Turismo, com os valores de 2013, que já refletem mais de cinco anos de atividade e promoção da marca "Porto e Norte".
Nota: Os dados relativos às dormidas nos estabelecimentos hoteleiros, podem ser consultados até ao nível de município, no site do INE (1, 2).
Tabela e gráfico relativos ao número de dormidas nos estabelecimentos hoteleiros, nos 7 anos que compõem o período em análise, na NUTS II Norte e nas NUTS III que o constituem.
Tabela síntese da evolução do número de dormidas nos estabelecimentos hoteleiros.
Como se pode constatar nos dados, em 2013 existiram mais 636.614 dormidas no Norte de Portugal relativamente a 2007. Este aumento foi especialmente acentuado de 2012 para 2013 com um acréscimo de 323.660.
Contudo na análise das NUTS III que compõem o Norte é possível verificar que o crescimento foi muito assimétrico.
Na verdade o Minho (total das NUTS III Ave, Cávado e Minho-Lima) perdeu 140.053 dormidas no período em análise, um recuo de 12,1% relativamente a 2007, passando a representar apenas 20,9% do total do Norte, quando em 2007 representava 27,4%. Todas as 3 NUTS que compõem o Minho, perderam dormidas e cota de mercado dentro do Norte de Portugal.
Em contra partida, o número de dormidas no município do Porto e no Grande Porto cresceram 551.771 (37,8%) e 731.260 (30,7%) respetivamente. Passando o Porto a representar 41,4% do valor total do Norte, contra os 34,5% em 2007, e o Grande Porto a representar 64,0% do total do Norte, contra os 56,3% em 2007.
As NUTS III Douro e Alto Trás-os-Montes, também tiveram perdas de dormidas e de cota de mercado no total do Norte de Portugal, enquanto o Tâmega com um ganho de 74.684 (74,2%) dormidas, passou a representar 3,6% do total do Norte, e o Entre Douro e Vouga com um ganho de 19.403 (22,4%) dormidas, passou a representar 2,2% do total do Norte, face aos 2% de 2007.
É portanto facilmente verificável que a marca "Porto e Norte", tem claramente promovido o "Porto-centrismo", sendo que as 2 outras NUTS III que também apresentam crescimento absoluto e relativo além do Grande Porto, fazem fronteira com este.
Dentro deste panorama, o Minho foi claramente a "sub-região" mais prejudicada.
Apesar do Minho (1), Braga (1,2,3,4), Guimarães (1,2), Peneda-Gerês (1), Viana do Castelo receberem a atenção e distinção dos media nacionais e internacionais, apesar das "lowcosts" terem revolucionado a ligação ao Norte de Portugal através do Aeroporto Francisco Sá Carneiro (AFSC), ao contrário das inúmeras "notícias" que vão surgindo no Diário do Minho e Correio do Minho (1, 2) sobre a afirmação de Braga e das restantes cidades minhotas, a verdade é que o Turismo do Minho está estagnado.
É hora dos políticos do Minho se reunirem e criarem uma rede que vá "buscar" os turistas ao AFSC e os coloque a dormir em Barcelos, Braga, Guimarães, Viana do Castelo, Peneda-Gerês. Isto só será possível se existir:
- presença da marca e dos produtos minhotos a nível internacional;
- rede de ligação entre os principais destinos e produtos turísticos minhotos;
- criação de roteiros de mais de um dia com os destinos minhotos.
Tudo isto está por fazer, e apesar da intensa propaganda que se vê nos meios de comunicação local, poucas são as notícias que apontam neste sentido.
Em suma, infelizmente a perda de dormidas do Minho tem sido omitida, assim como a enorme centralização das dormidas no Porto e no Grande Porto.
Até quando minhotos?
Urge lutar pelo Minho, neste caso exigir a alteração do nome para Região de Turismo do Norte de Portugal, ou lutar pela criação da Região de Turismo do Minho.
P.S. Os dados presentes no quadro III.11.3 do Anuário Estatístico da Região Norte 2013 são ligeiramente diferentes dos apresentados na base de dados do INE, foi dada preferência à comparação com os restantes dados presente na base de dados do INE, pelo que os valores foram atualizados, para consulta ficam aqui também as tabelas e gráficos com os valores de 2013 presentes no Anuário Estatístico.
Mais mensagens sobre o Turismo na Região Porto e Norte (1,2,3)
domingo, 26 de outubro de 2014
domingo, 19 de outubro de 2014
Cool Braga - Imagens de Braga por Nuno Costa
Clicar nas imagens para visualizar em "slideshow".
Rio Este e Rua dos Barbosas
Praça da Republica e Rio Este em São João da Ponte, durante o São João de Braga 2013
Campo da Vinha
Miradouro do Monte do Picoto
sexta-feira, 17 de outubro de 2014
Cool Braga - Palácio do Raio e Convento do Pópulo, por Mircea Raicu
Clicar nas imagens para visualizar em "slideshow".
Palácio do Raio
Convento do Pópulo
Palácio do Raio
Convento do Pópulo
quinta-feira, 16 de outubro de 2014
Inundações em Braga, 15-10-2014
Apesar de ter chovido o dia todo, a chuva nunca atingiu uma grande intensidade, como reportam as estações de meteorologia amadoras e a estação de Braga (Merelim) do IPMA.
Estação de Gualtar
Diária: 80,8mm; Horária: 10,4mm (17:50 - 18:50); 30 minutos: 8,4mm (18:20 - 18:50); 10 minutos: 4,3mm (18:30 - 18:40)
Estação da EB23 Trigal Santa Maria
Diária: 77,7mm; Horária: 16,8mm (18:02 - 19:02); 30 minutos: 12,5mm (18:12 - 18:42); 10 minutos: 5,1mm (18:32 - 18:42)
Estação do IPMA em Braga, Merelim
Diária: 92,8mm; Horária: 11,1mm (3:00 - 4:00); 30 minutos: sem informação; 10 minutos: sem informação
Contudo foi o suficiente para voltar a causar alguns transtornos. Na RUM pode ler-se:
A chuva intensa que se fez sentir esta quarta-feira voltou a provocar inundações e estragos no concelho de Braga. A Rua Maria Amélia Bastos Leite, na freguesia de Ferreiros, ficou inundada.
Vários carros ficaram submersos e três condutores foram mesmo resgatados. Os moradores daquela rua, junto à Delphi e a 100 metros do Rio Este pedem há mais de 10 anos uma intervenção. (Fotografias: Nuno Cerqueira/RUM)
Rua Maria Amélia Bastos Leite
O "Túnel do Meliã" ficou também inundado e fechado à circulação automóvel.
Avenida João XXI
Por Ana BarrosPraceta Luís Almeida Braga e rua Dr. Francisco Duarte, respetivamente.
As 3 estações da cidade voltaram a demonstrar valores muito idênticos, enquanto a Estação do IPMA em Merelim, demonstrou novamente uma discrepância assinalável. Principalmente na hora de maior precipitação, que nesta estação foi das 3h às 4h da madrugada, enquanto nas outras 3 foi das 18h às 19h.
Em suma, como foi dito aqui no blogue, torna-se evidente que existem pontos negros na cidade de Braga, que recorrentemente são alvo de ocorrências. Portanto, há que fazer um levantamento rigoroso do município e realizar as devidas intervenções. Tendo bem ciente que ainda não se verificou um acontecimento extremo do nível que alguns estudos (EAFE - PIPC) preveem para Braga. Podendo este ocorrer amanhã, depois de amanhã ou daqui a anos ou décadas.
Em suma, como foi dito aqui no blogue, torna-se evidente que existem pontos negros na cidade de Braga, que recorrentemente são alvo de ocorrências. Portanto, há que fazer um levantamento rigoroso do município e realizar as devidas intervenções. Tendo bem ciente que ainda não se verificou um acontecimento extremo do nível que alguns estudos (EAFE - PIPC) preveem para Braga. Podendo este ocorrer amanhã, depois de amanhã ou daqui a anos ou décadas.
terça-feira, 14 de outubro de 2014
Sobre as inundações em Braga, e os dados apresentados pelo IPMA
Sobre as inundações que ocorrem em Braga e em qualquer outra cidade, devemos procurar distinguir o que é aceitável ou não.
Uma cidade deve estar projetada para funcionar perante situações normais e situações anómalas que se verifiquem com alguma frequência. Normalmente, realizam-se estudos técnicos aos períodos de retorno de 10, 100 e 1000 anos para esse efeito (Estudo para implantação do Mercado Abastecedor de Braga).
Seguramente que em Braga existem diversos pontos que não cumprem estes requisitos e quase todos os anos são afetados.
No passado dia 08-10-2014 a cidade ficou novamente paralisada, por força das diversas inundações, provocadas pela chuva intensa. Sendo que, na sua maioria, em locais recorrentes.
Algumas horas depois, foi noticiado na RUM, que teria sido a chuva mais intensa dos últimos 80 anos, o que tornaria aceitável a saturação e a ineficácia dos sistemas de drenagem.
No dia 10 de outubro, foram reveladas algumas das medições efetuadas, que demonstraram que se tratou de uma precipitação muito intensa, porém, fazendo apenas referência aos últimos 15 anos. Em notícia do Correio do Minho, Ilda Novo do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), afirmava o seguinte:
Os valores da precipitação são de fato anómalos, e caso se tivessem verificado na área urbana da cidade de Braga teriam certamente provocado o caos.
Contudo, será que foi isso que realmente aconteceu na cidade de Braga!?
Na verdade, aparentemente, o IPMA apresentou os dados verificados na Estação Meteorológica Automática (EMA) de Merelim, que se situa à cota de 60m, e onde toda a precipitação registada, não afeta minimamente a área mais urbanizada do município, e nomeadamente o caudal do Rio Este e os principais eixos inundados que frequentemente são notícia.
Dada a proximidade com a cidade, os dados não serão totalmente desfasados da realidade. Contudo, todos os estudos e afirmações que se façam sobre a cidade, com base apenas nos registos da EMA de Braga (Merelim), carecerão sempre do rigor devido.
Esta deveria ser uma questão a rever pela CMB junto do IPMA, pois seria de todo conveniente ter uma EMA no vale do Rio Este, numa localização e cota mais aproximada da cidade. Existindo para isso diversos locais com condições para a instalar.
Voltando ao dia 8 de outubro de 2014, apesar do IPMA não disponibilizar os valores de outras estações e postos udométricos situados na bacia de drenagem do Rio Este, neste dia existiam 3 estações em funcionamento, a Estação da Quinta da Capela, Estação de Gualtar e Estação da EB23 Trigal Santa Maria em Tadim, que disponibilizaram os dados.
Estes foram os valores das precipitações máximas, nas 4 estações:
Estação da Quinta da Capela
Diária: 77,7mm
Horária: 24,7mm
30 minutos: sem informação
10 minutos: sem informação
Estação de Gualtar
Dia: 60,7mm
Horária: 26,7mm (21:00 - 22:00)
30 minutos: 22,3mm (21:30 - 22:00)
10 minutos: 8,4mm (21:50 - 22:00)
Estação da EB23 Trigal Santa Maria
Diária: 79mm
Horária: 33,8mm (20:50 - 21:50)
30 minutos: 29,7mm (21:15 - 21:45)
10 minutos: 12,7mm (21:25 - 21:35)
Estação do IPMA em Braga, Merelim (bacia hidrográfica do Cávado):
Dia: ~89mm
Horária: 45,7mm (20:50 - 21:50)
30 minutos: 37,8mm (21:20 - 21:50)
10 minutos: 14,7mm (21:40 - 21:50)
Observando os valores das 3 estações, estes são idênticos e muito inferiores aos que ocorreram na EMA de Braga (Merelim). Portanto, crendo na qualidade dos dados apresentados pelas 3 estações e enquanto não forem conhecidos outros valores, somos levados a concluir que na maioria do perímetro urbano da cidade de Braga, podemos estar perante uma intempérie com um período de retorno de 3 a 5 anos. E não perante um acontecimento excecional, com um período de retorno superior a 15 anos.
Além disso, segundo o Estudo Análise de Fenómenos Extremos - Precipitações Intensas em Portugal Continental (EAFE - PIPC), com base na série udográfica analisada, para um período de retorno de 100 anos os valores previstos para Braga são:
-Dia: 178 a 205mm
-Horária: 51 a 57mm
-30 minutos: 42 a 48mm
-10 minutos: sem informação
E a Precipitação Máxima estimada é de:
-Dia: 343 a 388mm
-Horária: 175 a 191mm
Em suma, é evidente que existem pontos negros na cidade de Braga, que recorrentemente são alvo de ocorrências. Portanto, há que fazer um levantamento rigoroso do município e realizar as devidas intervenções. Tendo bem ciente que ainda não se verificou um acontecimento extremo do nível que alguns estudos (EAFE - PIPC) preveem para Braga. Podendo este ocorrer amanhã, depois de amanhã ou daqui a anos ou décadas.
Uma cidade deve estar projetada para funcionar perante situações normais e situações anómalas que se verifiquem com alguma frequência. Normalmente, realizam-se estudos técnicos aos períodos de retorno de 10, 100 e 1000 anos para esse efeito (Estudo para implantação do Mercado Abastecedor de Braga).
Seguramente que em Braga existem diversos pontos que não cumprem estes requisitos e quase todos os anos são afetados.
No passado dia 08-10-2014 a cidade ficou novamente paralisada, por força das diversas inundações, provocadas pela chuva intensa. Sendo que, na sua maioria, em locais recorrentes.
Algumas horas depois, foi noticiado na RUM, que teria sido a chuva mais intensa dos últimos 80 anos, o que tornaria aceitável a saturação e a ineficácia dos sistemas de drenagem.
No dia 10 de outubro, foram reveladas algumas das medições efetuadas, que demonstraram que se tratou de uma precipitação muito intensa, porém, fazendo apenas referência aos últimos 15 anos. Em notícia do Correio do Minho, Ilda Novo do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), afirmava o seguinte:
"Estes valores tão elevados da precipitação em 10 minutos, 30 minutos e numa hora, ocorridos no dia 8 de Outubro, contribuíram de forma decisiva para a ocorrência de inundações em Braga e na região."Já no Diário do Minho podia ler-se:
"Segundo dados divulgados pelo IPMA, entre as 20h50 e as 21h50, Braga registou 45,7mm de precipitação, 37,8 dos quais em apenas meia hora (das 21h20 às 21h50) e 14,7mm em dez minutos (das 21h40 às 21h50).
Entretanto surgiu a reação do presidente da CMB, Ricardo Rio. Que centrou, e bem, o discurso nos erros estruturais que se devem corrigir e não na excecionalidade da situação ocorrida, apesar de voltar a fazer referência aos valores recorde dos últimos 15 anos.
Os valores da precipitação são de fato anómalos, e caso se tivessem verificado na área urbana da cidade de Braga teriam certamente provocado o caos.
Contudo, será que foi isso que realmente aconteceu na cidade de Braga!?
Na verdade, aparentemente, o IPMA apresentou os dados verificados na Estação Meteorológica Automática (EMA) de Merelim, que se situa à cota de 60m, e onde toda a precipitação registada, não afeta minimamente a área mais urbanizada do município, e nomeadamente o caudal do Rio Este e os principais eixos inundados que frequentemente são notícia.
Dada a proximidade com a cidade, os dados não serão totalmente desfasados da realidade. Contudo, todos os estudos e afirmações que se façam sobre a cidade, com base apenas nos registos da EMA de Braga (Merelim), carecerão sempre do rigor devido.
Esta deveria ser uma questão a rever pela CMB junto do IPMA, pois seria de todo conveniente ter uma EMA no vale do Rio Este, numa localização e cota mais aproximada da cidade. Existindo para isso diversos locais com condições para a instalar.
Voltando ao dia 8 de outubro de 2014, apesar do IPMA não disponibilizar os valores de outras estações e postos udométricos situados na bacia de drenagem do Rio Este, neste dia existiam 3 estações em funcionamento, a Estação da Quinta da Capela, Estação de Gualtar e Estação da EB23 Trigal Santa Maria em Tadim, que disponibilizaram os dados.
Estes foram os valores das precipitações máximas, nas 4 estações:
Estação da Quinta da Capela
Diária: 77,7mm
Horária: 24,7mm
30 minutos: sem informação
10 minutos: sem informação
Estação de Gualtar
Dia: 60,7mm
Horária: 26,7mm (21:00 - 22:00)
30 minutos: 22,3mm (21:30 - 22:00)
10 minutos: 8,4mm (21:50 - 22:00)
Estação da EB23 Trigal Santa Maria
Diária: 79mm
Horária: 33,8mm (20:50 - 21:50)
30 minutos: 29,7mm (21:15 - 21:45)
10 minutos: 12,7mm (21:25 - 21:35)
Estação do IPMA em Braga, Merelim (bacia hidrográfica do Cávado):
Dia: ~89mm
Horária: 45,7mm (20:50 - 21:50)
30 minutos: 37,8mm (21:20 - 21:50)
10 minutos: 14,7mm (21:40 - 21:50)
Observando os valores das 3 estações, estes são idênticos e muito inferiores aos que ocorreram na EMA de Braga (Merelim). Portanto, crendo na qualidade dos dados apresentados pelas 3 estações e enquanto não forem conhecidos outros valores, somos levados a concluir que na maioria do perímetro urbano da cidade de Braga, podemos estar perante uma intempérie com um período de retorno de 3 a 5 anos. E não perante um acontecimento excecional, com um período de retorno superior a 15 anos.
Além disso, segundo o Estudo Análise de Fenómenos Extremos - Precipitações Intensas em Portugal Continental (EAFE - PIPC), com base na série udográfica analisada, para um período de retorno de 100 anos os valores previstos para Braga são:
-Dia: 178 a 205mm
-Horária: 51 a 57mm
-30 minutos: 42 a 48mm
-10 minutos: sem informação
E a Precipitação Máxima estimada é de:
-Dia: 343 a 388mm
-Horária: 175 a 191mm
Em suma, é evidente que existem pontos negros na cidade de Braga, que recorrentemente são alvo de ocorrências. Portanto, há que fazer um levantamento rigoroso do município e realizar as devidas intervenções. Tendo bem ciente que ainda não se verificou um acontecimento extremo do nível que alguns estudos (EAFE - PIPC) preveem para Braga. Podendo este ocorrer amanhã, depois de amanhã ou daqui a anos ou décadas.
segunda-feira, 13 de outubro de 2014
Sobre o Orçamento Participativo, Braga 2015
Terminou a consulta pública do orçamento participativo para Braga 2015. Pode ler-se no comunicado da CMB:
Procurar auscultar a população e chamá-la à participação nos projetos a realizar na cidade e restante concelho, é sem dúvida uma atitude louvável.
Contudo, não deve findar aí o papel da Câmara Municipal de Braga. Procurar aperfeiçoar tal processo e verificar se os projetos submetidos se enquadram na causa pública, se são razoáveis e vantajosos para o município, devem ser também desígnios deste orçamento participativo.
Com o aumento da dotação, deve também aumentar essa preocupação e cabe também a cada cidadão interpretar aquilo que deve ser o orçamento participativo e que tipo de propostas devem nele constar.
Estes foram os projetos vencedores no âmbito do Orçamento Participativo Público.
Pela primeira vez, o Município de Braga colocou, este ano, nas ‘mãos’ da população, através do Orçamento Participativo, uma verba de meio milhão de euros do Orçamento Municipal, sendo seis os projectos do Orçamento Público que os Bracarenses elegeram e que serão executados ao longo de 2015.
Dado que este Orçamento se traduziu num “exercício extraordinário de cidadania, de democracia e de mobilização dos Bracarenses em torno do seu futuro”, Ricardo Rio, presidente da Câmara Municipal de Braga, anunciou que esta iniciativa “terá sequência” no próximo ano, com um “reforço substancial” de verbas. Assim, o Orçamento Participativo Público para o próximo ano, passará a contemplar 650 mil euros, em vez dos actuais 425 mil euros, ao passo que o Orçamento Participativo Escolar passará de 75 mil euros, para 100 mil euros, o que perfaz um total de 750 mil euros para o Orçamento Participativo de 2016.
Procurar auscultar a população e chamá-la à participação nos projetos a realizar na cidade e restante concelho, é sem dúvida uma atitude louvável.
Contudo, não deve findar aí o papel da Câmara Municipal de Braga. Procurar aperfeiçoar tal processo e verificar se os projetos submetidos se enquadram na causa pública, se são razoáveis e vantajosos para o município, devem ser também desígnios deste orçamento participativo.
Com o aumento da dotação, deve também aumentar essa preocupação e cabe também a cada cidadão interpretar aquilo que deve ser o orçamento participativo e que tipo de propostas devem nele constar.
O orçamento participativo para 2015 aceitava propostas enquadradas nas seguintes áreas:
- ambiente e energia;
- coesão social;
- equipamentos (melhoria ou reparação de equipamentos culturais, sociais, etc.);
- espaços públicos (jardins, parques, praças, etc.);
- património (material e imaterial);
- segurança e proteção civil;
- trânsito, mobilidade e acessibilidades;
- turismo, comércio e promoção económica.
Estes foram os projetos vencedores no âmbito do Orçamento Participativo Público.
“Duzentos anos de música no coração da cidade” (Património material e imaterial) foi o projecto mais votado e tem como objectivo a recuperação do órgão da igreja de São Victor, consolidação do coreto e da balaustrada do coro, que data de Novembro de 1815.
O segundo projecto escolhido intitula-se por “Mais Natal – Priscos” (Coesão Social), um projecto de intervenção social, que procura criar novas oportunidades de desenvolvimento e de integração social para reclusos e pessoas da comunidade cigana.
A “Conclusão do Parque de Merendas e Lazer de Aveleda” (Coesão Social) acolheu a terceira maior votação. Trata-se de uma proposta que terá como finalidade a criação e espaços de convívio e de lazer que servirá a população mais idosa do Centro social de Aveleda, mas também a população em geral.
A “Construção de Praia Fluvial, Parque de Merendas e Recuperação de Moinho” (Espaços Públicos), da União de Freguesias de Guisande e Oliveira São Pedro, foi outro projecto que recebeu o aval da população, tal como a “Recuperação e Revitalização de Moinho movido a água” (Património Material e Imaterial) da União de Freguesias de Este (São Pedro e São Mamede).
O último projecto a ser contemplado no Orçamento Participativo foi o “BANG!!” (Património Material e Imaterial), que pretende incentivar a reflexão, o debate e o intercâmbio de ideias entre instituições e profissionais de diferentes áreas, como design, artes plásticas e música, com particular destaque na arquitectura, potenciando o estabelecimento de parcerias e projectos de cooperação.
Quando se observam os projetos vencedores, é fácil verificar que apenas três áreas das sete consagradas no orçamento participativo tiveram projetos vencedores. Mas mais importante será questionar porque é que a cidade que concentra cerca de 75% da população do município, é o motor e elemento estruturante não só do município mas de toda a região envolvente, não teve qualquer projeto vencedor que verse o espaço público!?
Será que estes projetos vencedores, refletem a vontade da maioria dos bracarenses!?
Será que estes projetos vencedores, refletem a vontade da maioria dos bracarenses!?
Parece ser evidente que não basta que o princípio do orçamento participativo seja delegar nos cidadãos a decisão. Este deve procurar assegurar que:
- sejam contemplados projetos nas diversas áreas que se entendam necessárias, uma vez que algumas áreas são mais passíveis de mobilizar votos que outras, limitando por exemplo a um máximo de dois projetos e a um mínimo de um projeto por área;
- sejam contemplados projetos nas diversas áreas que se entendam necessárias, uma vez que algumas áreas são mais passíveis de mobilizar votos que outras, limitando por exemplo a um máximo de dois projetos e a um mínimo de um projeto por área;
- o território do concelho seja contemplado de forma racional, limitar a um máximo de um projeto por freguesia e a um mínimo de três projetos na área urbana de Braga;
- sejam mais de intervenção no espaço público, devem ser contemplados mais projetos que versem espaços de uso coletivo, do que intervenções em interiores e em imóveis privados de acesso e uso limitado;
Com a introdução destas premissas e limites, seria possível auscultar cada cidadão em cada uma das diferentes áreas, devendo cada cidadão poder votar e submeter um projeto por área. Sendo que estaria limitado a um máximo de dois projetos vencedores por autor, entidade ou associação.
Em suma, independentemente de se concordar com determinado projeto ou ideia para um futuro Orçamento Participativo, o fundamental será que este procure cada vez mais contemplar projetos inovadores, racionais e benéficos para todos. Devendo ser ainda, o reflexo da vontade e ideias de toda a população, evitando ser o reflexo da maior vontade, organização e militância de alguns.
quarta-feira, 8 de outubro de 2014
Inundações em Braga, 08-10-2014
Depois das inundações de 15-09-2014, Braga volta a ficar alagada. (em atualização)
Imagens de satelite e radar da célula que afetou Braga.
MeteoPT e MeteoGalicia
Na estação do IPMA em Braga (Merelim), não sendo conhecidos os valores horários anteriores a Fevereiro de 2014, sabe-se que a precipitação diária, foi também inferior, ficando-se pelos 88mm, quando em 26 de Outrubro de 2011 atingiu os 117mm.
Já a hora mais chuvosa registou uns impressionantes 45,7mm, o que supera amplamente os valores de 15-09-2014 e as horas mais chuvosas registadas a 26 de Outubro de 2011 na estação da Quinta da Capela.
Por Eduarda Fernandes
Por Filipe Macedo
Avenida João Paulo II
Por Filipe Macedo
Por Carla Silva
Por Filipe Macedo
Túnel Avenida João XXI-Avenida Imaculada Conceição
Por Eduarda Fernandes
Pode ler-se na publicação da Rádio Universitária do Minho.
Cidade de Braga volta a não aguentar fortes períodos de precipitação.
Túneis intransitáveis, vias impedidas, estabelecimentos comerciais inundados e carros submersos. É, neste momento, este o cenário na cidade.
Imagens de satelite e radar da célula que afetou Braga.
Na estação da Quinta da Capela a precipitação registada foi de 24,4mm entre as 21:02 e as 22:02, para um total diário de 77,7mm.
O valor desta hora, está ao nível das duas horas mais chuvosas de 26 de Outubro de 2011, quando se registou uma precipitação de 56,9mm (16:45 às 18:45), sendo a máxima horária de 33,5mm (17:45 às 18:45), para um total diário de 131,3mm.Na estação do IPMA em Braga (Merelim), não sendo conhecidos os valores horários anteriores a Fevereiro de 2014, sabe-se que a precipitação diária, foi também inferior, ficando-se pelos 88mm, quando em 26 de Outrubro de 2011 atingiu os 117mm.
Já a hora mais chuvosa registou uns impressionantes 45,7mm, o que supera amplamente os valores de 15-09-2014 e as horas mais chuvosas registadas a 26 de Outubro de 2011 na estação da Quinta da Capela.
Horária
Diária
Perante estes valores conhecidos dos últimos 3 anos, parece um pouco improvável que esta tenha sido a chuva mais intensa dos últimos 80 anos, tal como afirmou Firmino Marques à RUM (2).
“foi uma situação de meia hora de grande intensidade de chuva que pela sua quantidade fez com que as partes mais sensíveis do sistema de drenagem de águas pluviais cedessem”. Firmino Marques diz que ontem à noite caiu "a chuva mais intensa dos últimos oitenta anos". De acordo com o vereador, durante a manhã seria feito um processo de “intervenção” de forma a “minorar a anomalia que aconteceu na cidade”.
Vídeos
Túnel e Rotunda das Piscinas
Por Filipe Macedo
Avenida João Paulo II
Por Filipe Macedo
Por Carla Silva
Por Filipe Macedo
Túnel Avenida João XXI-Avenida Imaculada Conceição
Por Eduarda Fernandes
Por RUM/DR
Centro Comercial BragaParque
Por Filipe Marques
Rua de Santa Justa
Rua de Santa Justa
Por Ana Ferreira
Apesar de não ser hora de ponta, gerou o caos no transito em Braga.
Por Andreia Carvalho
Ao contrário da informação veiculada em diversos orgãos de comunicação, como o DN e o Público, mais de 3 horas depois, cerca das 00:45 do dia 09-10-2014, o "Tunel das Piscinas" ainda se encontrava fechado ao trânsito e inundado, sendo também visível a deslocação de vários elementos do separador central.
Contudo no sentido Av. Padre Julio Fragata-Av.Frei Bartolomeu dos Martires, não estava sinalizada a interrupção do túnel, obrigando vários automobilistas a terem que efetuar manobras de inversão de marcha para saírem da entrada do túnel.
Centro Comercial BragaParque
Rua de Santa Justa
Leito normal nesta zona
Por JohanRua de Santa Justa
Por Ana Ferreira
Por Andreia Carvalho
Contudo no sentido Av. Padre Julio Fragata-Av.Frei Bartolomeu dos Martires, não estava sinalizada a interrupção do túnel, obrigando vários automobilistas a terem que efetuar manobras de inversão de marcha para saírem da entrada do túnel.
Além deste, também o túnel junto ao Hotel Meliã ainda estava interrompido, sendo que a circulação estava normalizada em todos os restantes túneis.
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